Com a concorrência cada vez mais acirrada e o consumidor se tornando mais exigente, as decisões no varejo não podem mais ser baseadas apenas em intuição ou experiência passada. É por isso que a inteligência de mercado está cada vez mais presente no cotidiano das redes.
Essa ferramenta ajuda as lojas a entenderem o comportamento de consumo dos shoppers, identifica oportunidades e as áreas de influência da unidade dentro de uma determinada região, e permite que o varejista saiba qual é o potencial de faturamento da marca.
No segundo episódio do podcast da Rock Encantech no YouTube, o gerente de marketing Eduardo Donoso conversou com o gerente de inteligência de mercado, Evandro Alampi, sobre como essa solução beneficia o varejo.
Confira alguns dos principais insights do bate-papo aqui.
O que é inteligência de mercado?
A inteligência de mercado é uma ferramenta importante para as empresas que procuram não só manter-se competitivas, mas também inovar e prosperar em um ambiente de negócios dinâmico.
“Inteligência de mercado nada mais é que transformar dados em ações. Não adianta nada a gente ter uma infinidade de dados se eles não são colocados em prática”, afirmou Evandro Alampi.
Ele também destacou o papel da geografia dentro da inteligência de mercado, pois todas as relações estão inerentes ao espaço.
“Se você vai comprar no supermercado, geralmente você tem uma relação espacial. Ele está no seu caminho de volta pra casa ou no caminho do seu trabalho, então o contexto espacial está relacionado aos estudos geográficos. E o varejo online? Ele também está muito ligado à geografia, pois precisa ter um ponto de distribuição”, comentou.
Os pilares da inteligência de mercado
A inteligência de mercado é composta por três pilares fundamentais: dados, contexto e ação.
Para que a estratégia funcione de forma adequada, é necessário que as informações coletadas pelo varejo estejam inseridas dentro de um contexto e sejam colocadas em prática. Com isso, a rede pode promover melhorias de forma assertiva, baseada em dados precisos.
“O desafio não é ter o dado, e sim saber o que fazer com ele. É preciso trazê-lo para o contexto de uma ação. Por isso, trabalhamos com estatísticas, geografia, analista de mercado e cientista de dados. Cada etapa da inteligência de mercado tem um ator que precisa ser bem definido e seus processos, bem organizados”, comentou o gerente de inteligência de mercado da Rock Encantech.
Para que serve a inteligência de mercado?

Uma das principais funções da inteligência de mercado é direcionar o varejista sobre o melhor local para abrir uma nova loja. Segundo Alampi, isso requer que a rede conheça quais serão as áreas de influência dentro de uma determinada região e a presença de concorrentes naquele espaço.
Mas a ferramenta não se limita apenas à expansão da rede. Ela também permite que lojas já existentes identifiquem seu potencial de faturamento. De forma geral, isso ocorre com investimentos passados, quando não havia um direcionamento claro para a abertura da loja, ou quando há uma mudança na dinâmica local.
“A alteração de uma via pode ter impacto na loja, deixando-a no contrafluxo do trânsito, por exemplo. Olhamos o quanto ela pode faturar e damos um direcionamento para as equipes de operação identificarem se há uma falha. Uma loja que tem o potencial X e desempenho 20% abaixo do estimado pode ter uma falha de execução. O varejista consegue olhar isso loja a loja e categoria a categoria para ver onde estão as principais oportunidades de ganho de faturamento”, afirmou.
Localização é quase tudo
Apesar de a inteligência de mercado conseguir mapear boas localizações para abertura do varejo, esse não é o único fator que deve ser levado em conta.
De acordo com Alampi, uma unidade pode ser inaugurada em um bom local, mas sofrer com a redução de clientes no futuro por conta de transformações demográficas.
Por exemplo, em cidades grandes e médias, está ocorrendo uma “fuga” da população das regiões centrais por diversos motivos, como o fluxo intenso de veículos e o preço elevado dos imóveis. Com as taxas de crescimento populacional caindo, isso pode afetar o consumo dentro de uma loja localizada nessa região.
“Às vezes estou em uma localização muito boa, mas também há uma concentração muito grande de concorrentes. Então é necessário entender essa concorrência na região. Não se pode ter a soberba de achar que é muito mais forte que os concorrentes. A concorrência vem se alterando e inovando em novos caminhos”, explicou Alampi.
O futuro da inteligência de mercado
Durante o podcast, Evandro Alampi citou uma tendência importante que enxerga para o futuro da inteligência de mercado: as análises preditivas. Isso envolve não só entender o que está acontecendo no mercado, mas também se antecipar a possíveis mudanças de cenário.
“Desde a década de 50, havia uma análise muito descritiva, sempre para entender o passado. Nos últimos dois anos, começamos a entender essa linha de análise preditiva, ou seja, onde o cliente pode ir e o que é possível fazer para antecipar a ação do cliente. Eu vejo que, em um futuro muito próximo, modelos autônomos poderão partir do diagnóstico dessa ferramenta e antecipar movimentos”, comentou.
Um dos fatores que favorecem a precisão das análises preditivas é o avanço da inteligência artificial, principalmente na estruturação e análise de dados. Isso contribui para que as respostas sejam obtidas de forma mais rápida e fluida.
“O varejista tem muito medo de errar, pois as margens são baixas, bem apertadas, e o mercado está muito bem consolidado. Por isso, prezamos muito por testes internos, elaboramos o melhor modelo possível para aquela rede, para ter uma acuracidade muito alta. Estamos influenciando uma decisão de milhões de reais em investimento, então temos que tomar cuidado com isso”, afirmou Alampi.
Quer saber mais sobre inteligência de mercado? Acesse o site da Rock Encantech e confira mais detalhes sobre essa solução.
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