Em 2024, o mercado farmacêutico brasileiro registrou aumentos expressivos, que ultrapassaram 300%, segundo dados publicados pela Abradilan (Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos), nos preços de diversos medicamentos.
Esses reajustes são atribuídos a uma combinação de fatores econômicos e logísticos. A inflação, as variações cambiais e os desafios na cadeia de suprimentos, incluindo o aumento nos custos de insumos, contribuíram significativamente para a elevação dos preços.
Tradicionalmente, os preços dos medicamentos passam por mudanças a partir do dia 1º de abril, após anúncio da Câmara do Mercado de Medicamentos. Com isso, as farmácias precisam adequar os valores que eles são comercializados.
Diferentemente de outros setores, existem regras específicas de como as farmácias podem atualizar os preços. O Brasil hoje adota uma política de regulação focada na proteção ao cidadão, estabelecendo sempre um teto para o percentual do aumento para evitar aumentos abusivos de preço.
Veja a seguir algumas dicas de como o varejo farmacêutico pode lidar com o reajuste nos preços dos medicamentos.
Impacto no varejo farmacêutico
O reajuste nos preços de medicamentos traz diversos impactos para as farmácias. Em um primeiro momento, essa mudança pode impactar a lucratividade, especialmente em produtos de alta rotatividade.
Para minimizar os impactos, é importante fazer estudos sobre a concorrência, para ajustar o preço de maneira que mantenha a competitividade. Além disso, os gestores devem fazer as atualizações no sistema para se adequar à nova realidade.
Como trabalhar esse aumento com os clientes
O período inicial do reajuste do preço dos medicamentos é considerado um momento-chave no ano para o setor farmacêutico. Quem consegue trabalhar bem neste período, pode garantir um bom desempenho nas vendas mesmo diante desse cenário.
Uma dica é avisar os consumidores com antecedência pelos canais de comunicação da farmácia, afinal, ninguém gosta de ser surpreendido com reajustes que aumentam o preço de produtos ou serviços regulares.
Comunicar com antecedência dá mais tempo para que os clientes aceitem e se preparem para o reajuste, além de aumentar a fidelização, pois os consumidores verão a preocupação da marca. Uma opção para fazer esse tipo de comunicação é utilizando o aplicativo da loja.
Uma estratégia que as redes de farmácia estão usando para os clientes que necessitam de medicamentos de forma recorrente é criar um sistema de assinaturas, que permite congelar o preço do produto pela vigência de um ano.
Neste sentido, a estratégia de comunicação é justamente focar na economia que o consumidor pode ter ao fazer parte desse serviço, uma vez que o aumento é inevitável.
Planejamento
Precificar corretamente é uma etapa importante neste processo de reajuste. Porém, mais do que vender pelo novo preço, é fundamental que as farmácias abasteçam os seus estoques adquirindo os itens pelo preço antigo.
Antecipando a reposição dos produtos, o gestor da farmácia pode negociar com o fornecedor e conseguir adiar o reajuste no preço. Com isso, ela adquire medicamentos com um custo menor e se destaca da concorrência.
Reforce a qualidade da farmácia
Os medicamentos não são os únicos produtos que são vendidos na farmácia. No caso do reajuste anual, no qual o gestor não tem controle, uma boa estratégia é promover ofertas em outras categorias, como os itens HPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos).
Por meio dos dados coletados pelo aplicativo, é possível fazer ofertas exclusivas para determinados clusters de clientes, prestigiando os mais fidelizados. Um bom atendimento também é um fator que pode conquistar o shopper.
Na maioria das vezes, dependendo do público, o preço não é um fator decisivo de compra. Alguns prezam pela farmácia por ter um estacionamento, ou por estar próximo à casa e até mesmo pelos pequenos serviços ambulatoriais.
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