O varejo está entrando em um período marcado por mudanças rápidas e inovações tecnológicas que impactam diretamente a forma como consumidores e empresas interagem.
Em 2025, o setor será moldado por uma combinação de inteligência artificial, análise de dados, comércio unificado e um olhar mais atento para a sustentabilidade, por exemplo. Essas tendências já estão acontecendo e ganharão ainda mais força no decorrer dos meses.
Com consumidores cada vez mais exigentes e conectados, as marcas precisam repensar suas estratégias para garantir uma experiência de compra fluida e personalizada. O avanço das tecnologias digitais e a profissionalização da gestão do varejo são fatores essenciais para atender a essas novas demandas. Empresas que souberem utilizar esses recursos de maneira eficiente terão uma vantagem competitiva significativa.
Após participar da National Retail Federation (NRF) Retail’s Big Show, que significa, em tradução livre, “Federação Nacional do Varejo: O Grande Show do Varejo”, a maior feira de varejo do mundo, o CEO de CRM & Ciência do Consumo da Rock Encantech, Fernando Gibotti, palestrou e citou quatro fatores que impactarão o varejo alimentar em 2025 e 2026. São eles: aspectos econômicos, transformações demográficas, mudanças de comportamento do consumo e aumento da concorrência phydigital.
Mas o que isso significa, na prática? A seguir, vamos mostrar as principais tendências para o varejo em 2025 e como elas estão transformando a forma de vender e atender os clientes.
Pessoas e dados no varejo
Em sua palestra no evento pós NRF do grupo Varejo180, realizada em Nova York, Gibotti explicou que as mudanças demográficas, previstas para os próximos anos, levam em conta o envelhecimento da população e a redução no tamanho das famílias. Os lares estão ficando menores, o que influencia diretamente nos hábitos de consumo.
“Quanto à transformação demográfica, é fundamental adequar os formatos das lojas. Pessoas mais velhas têm hábitos diferentes dos jovens, e isso se reflete em uma busca crescente por lojas menores, próximas de casa, com menor área física e um mix de produtos mais assertivo”, afirmou Gibotti.
Ele também destacou que as estratégias comerciais ainda têm maior impacto no setor industrial do que no setor varejista. “Uma das soluções mais promissoras é o compartilhamento de dados entre varejistas e indústrias, permitindo negociações mais vantajosas e preços mais competitivos para o consumidor final”, disse.
Outro ponto muito importante é o uso de programas de benefícios e cashback, que ganham ainda mais importância em períodos de restrição financeira. Ao receber parte do valor gasto de volta, o consumidor tem a oportunidade de reinvestir esse montante em futuras compras.
Além disso, Gibotti falou sobre a importância da análise do potencial das lojas. “Muitos varejistas priorizam a expansão com novas unidades, mas nem sempre exploram totalmente o faturamento que suas lojas atuais podem alcançar”.
Pequenos ajustes, como: melhorias no estacionamento, no fluxo de check-out e na variedade de produtos podem resultar em ganhos expressivos tanto em receita quanto em margem de lucro.
Inteligência artificial: personalização e eficiência no varejo
A inteligência artificial (IA) já está revolucionando o varejo, mas em 2025 seu impacto será ainda mais profundo.
“Tivemos uma visão muito bacana da transição de algoritmos tradicionais para algoritmos suportados por inteligência artificial e que farão parte da próxima geração de plataformas. O que é bacana é que utilizando inteligência artificial sobre grande base de dados, o poder de personalização vai se tornar ainda maior”, explicou Gibotti.
IA e o futuro do varejo
Thiago Simonato, Diretor de Tecnologia e Produtos, destacou os três Cs importantes para o futuro do varejo.
- Curiosidade para buscar soluções explorando dados;
- Colaboração entre as áreas de tecnologia para melhorar efetividade;
- Coragem para ter ímpeto e resiliência para desbravar a imensidão de dados disponíveis e convertê-los em bons frutos.
“Uma coisa que eu percebi bastante neste ano é que muito está se falando de IA, mas o pano de fundo para tudo isso são os dados”, disse Simonato.
A IA generativa também está ganhando espaço. “Todas as tendências comprovam a importância crescente da tecnologia para o sucesso das empresas. A NRF 2025 deixa claro o quanto esse cenário, guiado pela IA generativa e os dados, já é uma realidade e deve ser um grande agente para promover resultados transformadores no futuro do varejo”, completou Simonato.
Esse tipo de Inteligência Artificial tem a habilidade de gerar conteúdos inovadores e autênticos a partir do que aprende. Ela pode ser aplicada na criação de textos, imagens, vídeos e músicas.
Essa tecnologia opera por meio de soluções de machine learning, um conceito baseado no aprendizado de máquinas. A IA Generativa consegue, após essa análise, desenvolver a capacidade de identificar padrões complexos e, com esse conhecimento, gerar novas criações.
De acordo com Simonato, diversos CEOs, CMOs e vice-presidentes destacaram na NRF a relevância de estruturar e investir em dados de alta qualidade, garantindo que estejam acessíveis para impulsionar a IA Generativa em diferentes setores. “Só assim os esforços que cercam essa ferramenta tecnológica irão caminhar em prol de todo o negócio, trazendo benefícios reais”, afirmou.
Análise de dados e tomada de decisão estratégica
A capacidade de coletar e interpretar dados tem se tornado cada vez mais valiosa para o varejo. Em um mercado muito competitivo, tomar decisões baseadas em informações concretas é essencial para entender o comportamento do consumidor e prever tendências de compra. As empresas que souberem utilizar esses dados para personalizar suas ofertas e melhorar a experiência de compra terão mais chances de fidelizar clientes.
A análise impulsionada por big data, permite que os varejistas antecipem demandas, ajustem estoques e otimizem campanhas de marketing. A consolidação de tendências como: a profissionalização da gestão, a coleta e análise de dados e o comércio unificado é fundamental para o crescimento sustentável do setor.
No ambiente digital, a mensuração de dados permite ao varejista identificar padrões de comportamento e aperfeiçoar estratégias de engajamento do shopper. Isso possibilita que marcas criem campanhas mais eficazes e ajustem suas abordagens em tempo real, aumentando a conversão de vendas e melhorando o relacionamento com o cliente.
Para que essa estratégia seja bem-sucedida, é necessário contar com ferramentas tecnológicas avançadas e profissionais capacitados para interpretar as informações corretamente.
Comércio unificado para integração total da experiência de compra
Os consumidores modernos esperam encontrar a mesma qualidade de atendimento e disponibilidade de produtos tanto nas lojas físicas quanto nos canais digitais. O conceito de comércio unificado surge como resposta a essa necessidade, integrando todas as plataformas de venda para oferecer uma experiência fluida e consistente.
O omnichannel, que antes era uma estratégia diferenciada, se tornará uma exigência básica. As empresas que conseguirem conectar estoques, dados de clientes e histórico de compras, em um único sistema, terão uma operação mais eficiente e clientes mais satisfeitos. Essa abordagem permite que os consumidores iniciem sua jornada de compra em um canal e finalizem em outro sem problemas.
Ao reunir todas as interações do cliente em uma única base de dados, as empresas podem oferecer recomendações mais precisas e promoções segmentadas. Isso aumenta o engajamento e fortalece o vínculo entre marca e consumidor, pois o varejista irá compreender o shopper, e não só conhecê-lo.
Para que essa transição aconteça de forma eficaz, é fundamental investir em infraestrutura digital e treinamentos para as equipes. O varejo de 2025 será definido pela capacidade das empresas de integrar seus canais e criar uma experiência realmente conectada para seus clientes.
Sustentabilidade: um novo critério de decisão de compra
A sustentabilidade deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito para muitas pessoas. Empresas que adotam práticas sustentáveis e transparentes ganham a preferência do público e fortalecem sua reputação no mercado.
A redução do desperdício, a escolha de fornecedores responsáveis e a oferta de produtos com menor impacto ambiental são algumas das iniciativas que se tornarão padrão no varejo nos próximos anos.
Além das práticas ambientais, há um crescente interesse por marcas que adotam compromissos sociais e promovem a inclusão. Empresas que valorizam a diversidade, respeitam seus colaboradores e apoiam causas relevantes criam conexões mais profundas com seus clientes.
Para acompanhar essa tendência, os varejistas precisam revisar seus processos e adotar soluções inovadoras que reduzam o impacto ambiental de suas operações. Essa mudança atende às expectativas dos consumidores e contribui para um futuro mais sustentável.
Geolocalização para conhecer o público e áreas de influência
Também durante a NRF, Fernando Gibotti destacou que a tecnologia de geolocalização está sendo explorada de maneira mais ampla, indo além da personalização tradicional. “Aqui, no Brasil, já utilizamos geolocalização para analisar o potencial de faturamento por categoria e SKU dentro das áreas de influência das lojas”, afirmou.
Ele também ressaltou que o Brasil se destaca quando o assunto é inovação e tecnologia no varejo e falou sobre a capacidade do país de adotar soluções criativas e eficientes, nos colocando na vanguarda do cenário global. “O varejo é dinâmico, e as oportunidades estão à nossa frente. Cabe a nós, líderes do setor, aproveitar essas lições para construir um futuro mais inovador e resiliente para o mercado brasileiro”, completou.
Prepare-se para o futuro do varejo com a Rock Encantech
A transformação do varejo já está acontecendo, e as empresas que se anteciparem a essas mudanças terão vantagem competitiva no mercado.
A inteligência artificial, a análise de dados, o comércio unificado e a sustentabilidade são pilares fundamentais para o sucesso em 2025.
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