As lições do varejo chinês para o Brasil 

China

O varejo chinês é um dos mais inovadores do mundo e considerado um berço de tendências, oferecendo lições valiosas que podem ser aplicadas no mercado brasileiro. Para se ter ideia, a China destina 14% do seu PIB à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), sendo o país que mais investe nesse segmento no mundo.

Com mais de 1,4 bilhão de consumidores ávidos por novidades, o país também se tornou referência global em tecnologia e no modelo New Retail, movimentando trilhões de dólares anualmente e moldando o mercado mundial.

Para conhecer todas essas tendências, o time da Rock Encantech, formado pelo CEO de CRM & Ciência do Consumo, Fernando Gibotti, o CTO Jorge Ramalho e o Diretor de Produtos e Tecnologia de Loyalty e Marketplace, Marcelo Aliperti, viajou para a Ásia e acompanhou uma série de visitas técnicas pelo varejo chinês.

Confira a seguir alguns dos principais insights dessa viagem.

Visitas no varejo chinês

A equipe da Rock Encantech conheceu algumas das principais redes do varejo chinês. Velocidade no atendimento, personalização, preocupação com a higiene e utilização dos programas de fidelidade estão entre as principais medidas adotadas por essas lojas.

Veja a seguir algumas lojas destacadas pelos executivos da Rock Encantech.

Guo Shu Hao

Guo Shu Hao
Supermercado Guo Shu Hao

Conhecido como um supermercado premium em Beijing, o Guo Shu Hao chama a atenção por ter um mix de produtos frescos compondo a maioria das prateleiras. A higienização e a preocupação com a aparência desses itens são uma das prioridades da loja.

O Clube de Descontos da rede ganha destaque ao longo dos corredores do supermercado. O Guo Shu Hao adota uma estratégia de precificação duplicada. Com isso, cada produto apresenta um preço para os clientes não fidelizados e outro, com desconto, para aqueles que aderem ao clube.

Hema

A rede de supermercados Hema aposta em uma estratégia focada na experiência de compra, integrando o comércio digital e as lojas físicas no varejo chinês.

O primeiro passo foi investir em tecnologia, com esteiras que transportam as sacolas com mercadorias compradas online, passando próximas ao teto da loja. Essa automatização acelera todo o processo de compra, desde o momento em que o shopper fecha o pedido pelo aplicativo até a entrega dos produtos.

Com a maior parte das vendas concentrada no ambiente digital, a Hema transformou sua loja física em um local que valoriza a experiência do consumidor. Em vez de prateleiras cheias de produtos industrializados, a marca aposta nos naturais, com grande foco na qualidade.

DingDong

DingDong
Visita ao DingDong

Líder em entregas rápidas de alimentos frescos, a DingDong se consolidou no varejo chinês não só pela agilidade, mas também pela qualidade de seus produtos.

Com mais de 40 mil funcionários, a DingDong atende aproximadamente 1 milhão de pedidos por dia. Em média, cada colaborador separa 300 pedidos diariamente, em um tempo médio de 2 minutos. As entregas em um raio de até 3 km são realizadas em 30 minutos, enquanto as de até 5 km levam 45 minutos.

Law Son

A Law Son é uma rede de supermercados que aposta no conceito de frictionless retail, também conhecido como varejo sem atrito. Ele envolve um conjunto de processos, ações e ferramentas aplicadas com o objetivo de eliminar as barreiras que os consumidores podem enfrentar no momento da compra.

A rede de varejo alimentar conta com pequenas lojas projetadas para que o shopper tenha a sensação de estar retirando um produto da própria geladeira. O objetivo é tornar a jornada de consumo no ambiente físico mais ágil e melhorar a experiência de compra.

O que o varejo chinês ensina ao Brasil?

O varejo alimentar chinês está redefinindo os padrões globais de consumo, combinando tecnologia avançada, dados e um ecossistema digital integrado. Os executivos da Rock Encantech destacaram algumas lições que podem ser aplicadas em território nacional.

“Para o Brasil, as lições são claras: o futuro do varejo alimentar passa pela integração digital-física, logística ágil e personalização baseada em dados. Empresas que souberem adaptar esses pilares ao mercado local terão vantagem competitiva. A China mostrou que inovação não é só sobre tecnologia – é sobre colocar o consumidor no centro de tudo”, destacou Fernando Gibotti.

Velocidade e tecnologia

Impulsionado pela tecnologia, o varejo chinês também tem se destacado por sua capacidade logística, com um sistema preparado para entregas de última milha em qualquer local, com velocidade e eficiência impressionantes.

As entregas podem ocorrer em até 30 minutos após o pedido, graças a uma rede de distribuição estrategicamente localizada.

“A eficiência é tamanha que os consumidores preferem receber as compras em casa, mesmo quando estão em lojas físicas, com a encomenda chegando às residências antes deles. O custo da logística é extremamente baixo, chegando a cerca de 20 centavos de dólar em alguns casos”, comentou Jorge Ramalho.

Programas de fidelidade no varejo chinês

O varejo chinês tem transformado os programas de fidelidade, principalmente com a integração entre pagamentos digitais e benefícios exclusivos. O WeChat e o Alipay, por exemplo, se consolidaram como as principais plataformas financeiras do país, atuando como verdadeiras bandeiras de pagamento.

“O varejo brasileiro precisa ir além dos programas de pontos tradicionais e criar ecossistemas de fidelização mais conectados com o comportamento do consumidor moderno. A personalização e o senso de comunidade são fatores-chave para esse novo momento do mercado”, afirmou Marcelo Aliperti.

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